GERALDO LUIS DO “BALANÇO GERAL” ENTREVISTA AUTOR DO
LIVRO “O MATADOR DE CRIANÇAS”
A
reportagem, que foi sobre o misterioso caso da "Loira Desconhecida",
acabou sendo exibida na tarde de terça-feira, 16 de abril.
Durante
as gravações, Geraldo Luis, que soube de Carlota, através dos artigos que leu
sobre ele na internet, elogiou várias vezes a coragem e o profissionalismo do
jornalista ituano.
Carlota é
autor do livro-reportagem, que reconstitui a vida e os crimes do serial killer
Laerte Patrocínio Orpinelli, vulgo “Monstro de Rio Claro”.
CRIME REPLETO DE
MISTÉRIO
Na sepultura número 328 da quadra
Paz Celestial, do Cemitério Municipal de Itu, há uma mulher enterrada há mais
de quarenta anos, sem ninguém saber sua verdadeira identidade. Essa mulher foi
encontrada morta em circunstâncias aterradoras em Itu, no dia 19 de abril de
1972, na altura da Fazenda Pedra Azul, localizada na Rodovia Marechal Rondon
(Estrada Itu/Jundiaí).
Loura, alta, muito bonita, pele,
mãos, pés e cabelos muito bem tratados, aparentando cerca de 30 anos de idade,
a mulher parecia ser alguma modelo ou atriz, tamanha sua beleza e cuidados com
o corpo, que impressionou todos que a viram.
A linda loura havia sido morta de
forma horrenda, foi torturada antes de ser brutalmente assassinada. Foi
espancada, teve os braços e os seios queimados por cigarro, foi arrastada pelo
cabelo e executada com seis tiros fatais.
Seu corpo foi encontrado nu, na
beira da Rodovia, sem nenhum documento ou vestígio de sua identidade.
A Polícia Civil da época nunca
esclareceu o crime. Não descobriu quem era a vítima, nem quem era o assassino e
muito menos o motivo do crime.
Na lápide da vítima há uma placa
de bronze com o epitáfio "Aqui jaz na paz do senhor loira desconhecida",
como ela passou a ser chamada pelo povo.
Com o passar dos anos a loira
ganhou fama de realizar milagres e também virou lenda urbana na cidade, sendo
que em Itu, a história da loira do banheiro (inventada pelo extinto Notícias
Populares paulistano, no final da década de 1960) começou exatamente após esse
assassinato.
Desde 2005, o repórter policial
Reginaldo Carlota, vem trabalhando no caso por conta própria, com objetivo de
desvendar o mistério em torno do crime que abalou Itu, na época.
O jornalista, que está escrevendo
um livro sobre o caso, intitulado provisoriamente de "Loira
Sinistra", já foi mais longe em sua investigação, de que todos os
policiais da época. Por conta disso, em 2008, Carlota já foi entrevistado na
Rede Globo sobre o caso e agora pela Record.
"Não posso revelar muita
coisa ainda, mas posso adiantar que a suposta investigação realizada pela
Polícia da época está repleta de falhas", afirmou.
De acordo com o escritor todas as
evidências do crime foram apagadas, ou desapareceram misteriosamente na época
do crime. "Logo após o homicídio a ficha datiloscópica com todas as
impressões digitais e fotos tiradas da morta desapareceu. O óbito dela nunca
foi registrado no Cartório de Registro Civil de Itu e o Processo Criminal
referente a esse crime nunca existiu. Onde já se viu uma pessoa ser enterrada
sem registro de óbito! Será que alguém mais acha que tem algo estranho,
nisso?", questiona o jornalista.
Acreditando que a vítima ainda
possa ser identificada nos dias de hoje, com a ajuda da Internet, jornais e TV,
Carlota contratou um desenhista profissional para reconstituir o rosto da
morta, baseado em descrições minuciosas de uma senhora que cuidou do corpo da
vítima durante os dias em que ele permaneceu no necrotério, esperando um
possível reconhecimento.
O autor acredita que com a
divulgação do retrato falado e do caso na mídia, alguém possa se lembrar de uma
parente, amiga ou conhecida com as características da loura de Itu, que
desapareceu no ano de 1972 e ajudar na identificação da vítima.