Páginas

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

 
Reginaldo Carlota traça o perfil do serial killer Laerte Orpinelli, o ‘Monstro de Rio Claro’
“Entrar na cabeça do assassino foi fácil. Difícil é conseguir sair”, diz Carlota
Autor do livro “O Matador de Crianças”, que narra a vida e os crimes do assassino serial Laerte Patrocínio Orpinelli, o escritor e jornalista, o ituano Reginaldo Carlota, traçou o perfil psicológico do maníaco, com base na pesquisa e investigação que conduziu em torno do criminoso, durante mais de cinco anos.
“Existem duas categorias de serial killers, sendo os ‘organizados e não-sociais’ e os ‘desorganizados e anti-sociais’. É nessa segunda categoria que Orpinelli se enquadra”, revela o autor.
“Os organizados geralmente são mais difíceis de serem pegos. Esses costumam exibir uma inteligência normal ou até mesmo acima da média. É um criminoso bem integrado na sociedade, tem emprego fixo, namora ou é casado, tem carro sofisticado e possui boa higiene pessoal e no lar”, conta. “Esse tipo de assassino também planeja os crimes com antecedência, sempre mata em um local e abandona o corpo no outro e costuma acompanhar o trabalho da polícia através dos noticiários. São cidadãos acima de qualquer suspeita”, diz.
Já os desorganizados e anti-sociais, são praticamente o oposto, de acordo com o repórter. “Esse tipo de criminoso sempre viveu sozinho, não namora, não é casado, tem péssima higiene pessoal, ataca repentinamente, abandona os corpos nas cenas dos crimes e não dá a mínima para o trabalho da polícia”, explica Carlota.
Orpinelli é um assassino psicopata, sádico e perverso, mas não é louco, como muitos imaginam. Ele tem plena consciência do que faz, antes, durante e depois dos crimes. O que o torna um psicopata é sua ausência total de sentimentos, como piedade das vítimas ou remorso pelos assassinatos praticados. Ele só parou de matar porque foi preso. Se for solto, mata novamente”.
Carlota diz que o fato do assassino ser semi-analfabeto e ter um jeitão simples de caipira, contribuiu em muito para que ele passasse despercebido durante anos. “As autoridades já têm uma certa dificuldade em aceitar a existência de serial killers agindo no país, por considerá-los um tipo de figura emblemática norte-americana, alardeadas pelos filmes de Hollywood. Com isso em mente, quem poderia imaginar então, que o maior assassino em série de crianças brasileiro, fosse um andarilho sujo, maltrapilho e semi-analfabeto, que perambulava faminto e sem rumo pelo interior de São Paulo?”
O escritor disse que os anos que passou obcecado apurando os crimes do maníaco, deixaram sequelas emocionais que não serão curadas tão cedo. “Não consigo passar um único dia sem pensar em todas as crianças que ele matou. Ainda costumo acordar no meio da noite ouvindo os gritos aterrorizados delas, pedindo socorro, um socorro que nunca chegou. Tenho pena da criança sofrida que o Orpinelli foi, mas odeio o monstro que ele se tornou. Acho que entrar na cabeça dele foi fácil. Difícil é conseguir sair”.
O livro O Matador de Crianças, que conta os crimes do maníaco, pode ser comprado direto com o autor através do e-mail: carlotacriminal@gmail.com.
JORNAIS ANTIGOS DO CASO LAERTE ORPINELLI, O MATADOR DE CRIANÇAS